30 de agosto de 2009

Cachoeira

Nu e vulnerável me senti quando vi minha vida na cama passando no canal de fofocas em horário nobre. Terrível pensar que quem gosta de mim, de mim estava falando no programa da tarde, na mesma hora que me diziam ‘oh como gostei do teu amor novo!’ Semanas passaram desde que o programa foi gravado até ir ao ar, e eu assistir na reprise de domingo. Descobri uma notícia velha a meu respeito da qual nunca suspeitei! Pode isso? Pelo visto...

De repente percebi que dois meses que vivi sumiram entre meus dedos; ilusão de segurar na mão de dedos abertos a água corrente da cachoeira maluca que é minha vida: A água existe, mas nunca a tive em minhas mãos! Foi-se embora, deixando um cascalho no formato do meu coração, e ainda me roubando duas lágrimas, rio ganancioso e maluco de minha vida que só junta meus sentimentos e os vai carregando sabe-se lá para onde. Talvez a tolice seja minha, quem sabe aprender a sentir seja aprender a sentir seja aprender a deixar o sentimento ir, sobrarão é claro algumas lágrimas secas e o teu cheiro no ar quando passa por mim apressado, também sobrarão minhas olheiras que me farão lembrar de ti quando velho eu estiver com o rosto vincado. Me lembrarei com orgulho que todo amor que te dei foi todo amor que sinto e que cada noite durmo feliz por teres me permitido te amar, mesmo que em sonho acordado eu estava, mesmo sendo tu fruto dos meus desejos e de meus olhos fechados pelo meu, hoje mais duro, coração.

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